sexta-feira, julho 29, 2011

Uso de tintura no cabelo durante a gravidez aumenta chances de a criança ter leucemia nos dois primeiros anos

A pesquisa brasileira mostou ainda que alisadores podem ser nocivos na gestação também. Veja mais 

Uma pesquisa brasileira reacendeu a polêmica sobre o uso de produtos químicos no cabelo durante a gravidez. O estudo, realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostrou que usar tinturas de cabelo ou fazer alisamento no primeiro trimestre da gravidez, quando o feto está se formando e é mais sensível a substâncias químicas, aumenta em quase duas vezes as chances de a criança ter leucemia nos dois primeiros anos de vida. “Isso já vem sendo estudado há muitos anos, mas essa é a primeira pesquisa a estabelecer essa associação (com o aparecimento de leucemia na infância). Por isso, a recomendação é, por prudência, evitar o uso desses tipos de produtos durante a gestação”, afirma Sérgio Koifman, médico, epidemiologista, à frente da pesquisa pela ENSP. A cada 100 mil crianças nessa faixa etária, 5 vão ter ou leucemia mieloide aguda ou linfoide aguda.
Para chegar à essa conclusão, foram avaliadas 650 mães de 15 regiões do país – exceto a Norte. Dessas, 231 tinham filhos com diagnóstico de leucemia e cerca de 15% delas utilizaram tintura ou fizeram alisamento no cabelo nos três primeiros meses de gestação. “Quando comparadas ao outro grupo, de mães com filhos sem a doença, esse número caía para aproximadamente 10%”, diz Maria do Socorro Pombo-de-Oliveira, chefe do Programa de Hematologia e Oncologia Pediátrica do Inca. Os pesquisadores avaliaram ainda os compostos químicos presentes em 14 marcas desses produtos. A análise identificou um total de 150 componentes, sendo que 32 são prejudiciais à saúde da criança. Uma das hipóteses, já confirmada em experimentos com animais, é que substâncias presentes nesses produtos, como os fenóis, poderiam alterar ou lesionar o DNA do feto. Descobrir essas e outras respostas é a próxima etapa da pesquisa.

Por isso, na dúvida, antes de tomar qualquer decisão sobre usar ou não produtos químicos nos cabelos durante a gestação, consulte o seu obstetra. Veja outros itens dos quais, por motivos óbvios, você deve manter distância durante os nove meses.
Bebidas alcoólicas
Como você sabe, o consumo de álcool é prejudicial tanto para a mãe quanto para o bebê e não há quantidade segura. “A substância atravessa facilmente a placenta e pode causar vários danos ao feto, sendo a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que causa retardo mental, um dos mais sérios”, afirma Patrícia Hochgraf, psiquiatra, coordenadora do programa de atenção à mulher dependente química do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (SP). Antes, os médicos pensavam que a SAF ocorria apenas entre mães que consumiam álcool de forma pesada. Mas pesquisas mostraram que ela pode ocorrer mesmo se a grávida tomar pequenas doses. Acredita-se que a síndrome e outros transtornos ligados à bebida afetem cerca de 40 mil crianças em todo o mundo – mais do que a Síndrome de Down, segundo a National Organization on Fetal Alcohol Syndrome, dos Estados Unidos. A estimativa é de que um em cada cinco casos de crianças com deficiência mental no mundo seja causado pelo álcool ingerido durante a gestação.

Esse é apenas um dos problemas. Soma-se a ele baixo peso ao nascer, alterações cardíacas, neurológicas (hiperatividade, impulsividade, problemas com a visão espacial) e faciais. Também não é incomum a associação dessas alterações com autismo. O pediatra Hermann Grinfeld, que pesquisa há mais de 40 anos os efeitos do consumo de álcool na gravidez, afirma que problemas como dificuldades de aprendizado, memorização e atenção podem repercutir para a vida toda.
Fumo 
 Todo mundo já sabe de cor os malefícios que o cigarro pode causar – quem não se lembra das fotos estampadas no maço de cigarro, mostrando bebês prematuros? Além da criança nascer antes do tempo, ela pode ter doenças cardíacas, respiratórias e até retardo mental. Uma nova pesquisa norte-americana mostrou que crianças cujas mães fumaram durante a gravidez têm mais problemas de sono durante os primeiros 12 anos de vida. É por isso que a maioria dos médicos é radical e diz que a melhor opção é parar de fumar por completo, de preferência, antes de engravidar. “Um único cigarro tem 4.500 substâncias nocivas que são assimiladas pelo feto, já que a placenta não consegue barrar a passagem de moléculas como a nicotina”, afirma Jaqueline Sholz Issa, cardiologista, coordenadora do Ambulatório de Tratamento de Tabagismo do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP (Incor-SP).


Drogas
Provavelmente a maconha seja a substância ilícita mais utilizada na gestação. Pelo fato de ela ser usada em conjunto com outras drogas, ainda é difícil determinar as consequências diretas sobre o feto. Já o consumo de cocaína pode causar deslocamento prematuro da placenta, além de outras complicações para a mãe, como hipertensão arterial, taquicardia e arritmia. O bebê pode ter malformação cardiovascular e do sistema nervoso central. O uso do crack também cresceu entre as mulheres. Por um ano, a Clínica Pública de Recuperação de Dependentes Químicos de São Bernardo do Campo (SP), por exemplo, registrou 233 casos de dependência, sendo 18% de mulheres (não há dados de gestantes). Essa droga é devastadora e deixa sequelas no cérebro da gestante e do bebê, como transtornos emocionais e depressão.

fonte http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI251774-10543,00-USO%20DE%20TINTURA%20NO%20CABELO%20DURANTE%20A%20GRAVIDEZ%20AUMENTA%20CHANCES%20DE%20A%20CRIANCA%20TE.html

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