Leite é bom para os bebês e para as prórias mães. Ele é rico em vitaminas
Cada vez mais é ressaltada a importância do aleitamento materno exclusivo, principalmente durante os seis primeiros meses de vida do recém-nascido, sendo complementado até os 2 anos. Contudo, no Brasil, ainda não conseguimos alcançar índices ideais de mães que amamentam seus filhos exclusivamente. Desta forma, a introdução de alimentação complementar geralmente é muito precoce e inapropriada, se tornando um risco para a saúde do bebê.
Estima-se que menos de 35% das crianças no mundo, sejam amamentadas exclusivamente ao seio materno até, pelo menos, o quarto mês de vida. No Brasil, os índices estão melhorando com o passar dos anos, através de campanhas e regulação governamental, porém, os índices variam de região para região e ainda estão muito aquém da recomendação da Organização Mundial de Saúde.
A amamentação exclusiva confere menor risco de mortalidade por doenças infecciosas, diarréia e doenças respiratórias, além de diminuir o risco no desenvolvimento de doenças auto-imunes e alergias. Os benefícios do aleitamento materno não são exclusivos para a saúde do bebê, existem vantagens do aleitamento para a saúde da mãe. Além disso, o leite está sempre pronto e na temperatura correta, não havendo risco no modo de preparo e nem de contaminação.
Uma das primeiras vantagens do aleitamento para a mulher consiste na ajuda da recuperação do tamanho normal do útero após o parto, diminuindo o risco de grandes perdas sanguíneas (hemorragia) no período pós parto. Constitui também um bom método de planejamento familiar, quando o aleitamento for realizado de forma exclusiva nos seis primeiros meses após o parto, desde que não surja menstruação nesse mesmo período. A falha estimada nessa forma de anticoncepção, chega a valores inferiores a 1,8%.
Durante o último trimestre de gestação a mulher acumula energia sob a forma de gordura (em média 2,3Kg a 3,2Kg), para cobrir os gastos calóricos que ela terá com a amamentação. A mulher que amamenta exclusivamente gasta 704 Kcal/dia, o que ajuda a mãe a voltar mais rápido ao seu peso pré-gestacional, uma vez que ela gasta essas calorias acumuladas de forma gradual durante os primeiros 6 meses. Já a mãe que não amamenta, tende a reter parte do peso adquirido na gestação.
Outro fator importante da amamentação para a saúde da mulher consiste na proteção ao câncer ovariano, câncer de colo uterino e o próprio câncer de mama. Atualmente, um agravante a amamentação consiste na posição que a mulher vem exercendo e ocupando no mercado de trabalho, muitas vezes assumindo papel de chefe de família. A essas mães temos a responsabilidade de orientá-la quanto aos seus direitos de cidadania, e como manter a amamentação, mesmo exercendo atividades extra lar.
Outras dificuldades ao aleitamento surgem devido a errados conceitos estéticos e por isso, alguns mitos devem ser desfeitos, como a ideia de associar amamentação com a queda dos seios. O que acontece é que nessa fase a mulher apresenta volume mamário em média seis vezes maior que seu tamanho normal. Pela lei da gravidade, a tendência com o passar dos anos é realmente eles caírem, contudo, isso pode ser prolongado, com uso de sutiãs firmes ao longo da vida e dando preferência ao uso de sutiãs com reforço no período da amamentação.
Muitos casos de desmame precoce ocorrem por falta de informação e de estímulo para amamentar. Neste momento, o papel do médico é muito importante, para que todos os temores sejam esclarecidos e a mãe esteja preparada e amparada para enfrentar qualquer dificuldade que surja durante a amamentação. Neste caso, é importante que estas dúvidas sejam esclarecidas desde o pré-natal e que haja apoio para a mãe em todos os momentos.
Colostro
O leite materno é repleto de propriedades nutricionais e um poderoso aliado na prevenção de uma série de doenças. No entanto, pouca gente dá importância ao fato de que, antes dele, o bebê recebe uma poderosa carga de nutrientes através do colostro, um líquido de coloração amarelada, de gosto bem salgado, que sai do peito materno na primeira semana pós-parto. Com ele, a mãe já começa a fornecer uma porção de vitaminas (especialmente A, E, K), proteínas, sais minerais e carboidratos, além de ajudar no fortalecimento do sistema imunológico. Em outras palavras, é a primeira vacina do bebê.
O colostro começa a ser produzido muito antes do parto, no último trimestre de gestação - nessa fase, é comum ocorrer a perda de secreções transparentes em pequenas quantidades. Depois que o bebê nasce, sua produção se estende por mais uma semana, tempo suficiente para dar ao bebê uma série de nutrientes essenciais. A cada mamada, é comum variar a quantidade de colostro: em geral, saem entre 2 e 20ml nos três primeiros dias. Estudos apontam que mulheres que já amamentaram têm mais facilidade para produzi-lo, o que contribui para o aumento do volume secretado. A produção de colostro é inteligente. Cada mãe produz um colostro diferente, de acordo com as necessidades de seu filho, que podem variar com a idade gestacional em que o bebê nasceu, o peso ou doenças que ele venha a apresentar.
Diferente e poderoso
Embora o colostro tenha quase a mesma aparência que o leite maduro, existem algumas diferenças essenciais em sua composição. O colostro é rico em proteínas e pobre em gorduras e carboidratos. E é mais salgado, devido à presença de sódio, cloro e potássio. Já o leite maduro tem mais carboidratos, principalmente lactose, e mais gordura. As vitaminas e os minerais são os mesmos. Sem falar que o colostro é menos calórico - são 58 kcal/100ml, contra as 71kcal/100ml existentes no leite maduro.
Assim como o leite materno, o colostro também é um excelente aliado no fortalecimento da imunidade do bebê. É bastante rico em fatores de defesa, especialmente leucócitos e imunoglobulinas, que protegem e reforçam as defesas do organismo da criança contra microorganismos. E o bom do colostro é que não existe um limite de quantidade a ser ingerido. Nos primeiros trinta dias, a demanda deve ser livre. Não há horário, o bebê mama quando quiser. Na primeira semana, o bebê mama pouco e várias vezes, pois ainda não tem força muscular.
Embora seja um fator importante para a nutrição do recém-nascido, muitas mães estranham a aparência do colostro e acham que estão com o leite fraco. Isso é mais comum do que se imagina. Fazendo uma comparação de cor e consistência entre o colostro e o leite maduro, o colostro é bem mais claro e ralo, e é isso que faz as mães acharem que tem algo errado. Se você já ouviu parentes e amigas comentarem sobre isso, não se preocupe. Leite fraco, sendo colostro ou maduro, não existe.
Alimento insubstituível
A transição de colostro para leite maduro leva tempo para acontecer. Na primeira semana, a mãe oferece colostro. De sete a quatorze dias após o parto, surge o chamado "leite de transição", ou seja, as propriedades nutricionais sofrem uma mudança. A partir de quinze dias, o leite já está maduro, apresentando maior concentração de lactose. Independentemente da fase em que se encontra a produção do leite, é bom ressaltar: a amamentação continua sendo a melhor forma de alimentação do bebê.
Mas e os bebês que não podem ser amamentados, como ficam? Alguns deles, segundo os médicos, recebem suplementação de colostro nas primeiras 48 horas de vida. Esse colostro vem de bancos de leite e é fruto de doações de várias mães. Não existe alimento ou suplementação alimentar equivalente ao colostro. O que pode ser feito é utilizar os bancos de leite, normalmente apenas durante o período de internação da criança. Após a alta, a criança pode receber um aleitamento artificial, ou seja, um leite de vaca modificado para se aproximar ao máximo do leite materno, mas não há nada que o substitua em termos de características nutricionais.
Esses produtos são balanceados e as crianças aceitam, mas o leite artificial não reforça os mecanismos de defesa. Ele tem concentração de proteína, mas não nas mesmas proporções do leite materno. Segundo os médicos, além do papel nutricional, a lactose do leite materno apresenta efeito protetor e é metabolizada em glicose, promovendo energia, e galactose, que ajuda a desenvolver o sistema nervoso central. A presença de lactose também promove a colonização intestinal com lactobacilos e bactérias fermentativas que ajudam a inibir o crescimento de bactérias, fungos e parasitas.
oie!!
ResponderExcluirO leite materno é mesmo mto importante! Eu to aqui firme e forte dando pro Vítor... e pretendo ficar assim bastante tempo!!!
Ele está cada dia mais saudável!
Beijos
MAH