Sarampo e Coqueluche- elas voltaram

As vacinas agendadas são o melhor remédio para a prevenção das doenças

Temperatura corpórea elevada, medindo entre 39ºC e 40ºC, de início súbito e acompanhada de sintomas respiratórios, como tosse, coriza e conjuntivite, podem ser sinais de sarampo. Conhecida pelas manchas avermelhadas na pele (exantema), com duração de sete a 10 dias, a doença é um pesadelo, sobretudo para mães de crianças. Outra doença preocupante é a coqueluche. Com sintomas parecidos aos de uma gripe (tosse, coriza, estado febril), a doença se diferencia pelas tosses persistentes, que se agravam após a primeira e a segunda semana, e que podem permanecer por mais de seis semanas. Dentre as suas principais características estão os acessos frequentes de cinco a dez tossidas, seguidas de um estridor (guincho) no final do acesso ou de vômitos. A coqueluche tem sintomas mais amenos em pessoas vacinadas, mas pode ser fatal, principalmente em crianças com menos de seis meses.

Na suspeita dessas doenças, os pais ou os responsáveis devem procurar a avaliação do pediatra, que irá orientar sobre os exames necessários para confirmar a doença, iniciar medicação específica e os cuidados de proteção para diminuir a transmissão. De acordo com pediatra Consuelo Silva de Oliveira, dentre as falhas mais comuns cometidas pelos pais estão o uso de medicamentos por conta própria (automedicação), uma vez que a prática altera a evolução natural das doenças. A demora da avaliação médica e o atraso do calendário básico de vacinação, em especial das crianças, que contempla as vacinas indicadas para estes agravos, também são outros erros recorrentes. Apesar de serem consideradas doenças da quadra infantil, cresce o número de adolescentes e de adultos jovens acometidos pela doença. Graças à melhor cobertura vacinal nas crianças de dois meses a seis anos, houve uma redução do número de casos nessa faixa etária, mas é necessário estar atento ao público de jovens e adultos, que se torna um foco de transmissão para as crianças pequenas.

Tratamento

A pediatra Consuelo Oliveira informa ainda que, no caso do sarampo, o tratamento é apenas sintomático, com antitérmicos, lavagem dos olhos com solução fisiológica e atenção às possíveis complicações, como otites e pneumonias. Quanto à coqueluche, quando diagnosticada nos primeiros dez dias da doença, está indicado o uso de antibiótico específico prescrito pelo médico, visando diminuir o tempo do período catarral e a transmissibilidade da bactéria, além do uso de sintomáticos e cuidados de posição nos acessos de tosse. No caso de crianças menores de um ano, é recomendado fracionar a alimentação para evitar a aspiração para os pulmões na ocorrência de vômitos.

Como evitar o sarampo e a coqueluche?

SARAMPO (Vacina Tríplice Viral)

Crianças:

Primeira dose: 12 meses

Primeiro reforço: 4-6 anos

Segundo reforço: 20-49 anos

Os que não receberam a segunda dose: 7- 19 anos (uma dose)

Sem comprovante de dose aplicada: duas doses

Aos viajantes, recomenda-se a vacinação (mínimo de duas doses) pelo menos 15 dias antes do deslocamento para regiões com histórico de sarampo.

COQUELUCHE: (Três doses no primeiro ano de vida: 2, 4 e 6 meses;)

Primeiro reforço: aos 15 meses;

Segundo reforço: entre quatro e seis anos de idade.

A nova recomendação diante do aumento do número de casos em adultos prevê que o próximo reforço passe a ser feito aos 15 anos, com a vacina tríplice bacteriana acelular (dTpa). A vacina é formulada especificamente para o adulto, até aos 64 anos, e nos contantes de crianças menores de 5 anos ou com alguma doença de base, como doenças cardíacas ou pulmonares.

Obs: O calendário oficial do Programa Nacional de Imunizações Brasileiro ainda não incorporou - por questões econômicas - a vacina dTpa. Entretanto, a vacina já está licenciada pela Anvisa e pode ser obtida na rede privada.

FONTE: Dra. Consuelo Silva de Oliveira

fonte: jornal OLIBERAL